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Por Murilo Herculano

27/05/2023 10:58

Entretenimento

Novo “A Pequena Sereia” tem Ariel negra e rap no mar

Quando compôs os acordes que causariam uma revolução não só na então decadente Disney Animation, mas no gênero de animação como um todo, Alan Menken não imaginava que o romance rodeado de bichinhos falantes de “A Pequena Sereia” seria fisgado, três décadas mais tarde, por uma rede de discussões acaloradas.

Com uma nova versão para o clássico desenho emergindo, “A Pequena Sereia” se tornou alvo de debate porque tem agora um rosto negro à frente. Cantora de R&B ao lado da irmã, Halle Bailey foi escolhida para vestir a cauda de peixe e soltar a voz no remake com atores de carne e osso que estreia nesta quinta-feira depois de enfrentar uma onda de ataques racistas.

Mal sabem os detratores, no entanto, que o filme inteiro está diferente. A começar pelos animais falantes que, por motivos óbvios, deixaram a fofura e as cores vibrantes de 1989 para assumir uma aparência realista.

Linguado, o peixinho melhor amigo da protagonista Ariel, e Sebastião, o caranguejo cantor, poderiam muito bem ter saído de uma peixaria qualquer, o que também mergulhou as redes sociais em inquietação. Já Sabidão, a gaivota, mudou de gênero e espécie. Com voz da atriz e rapper Awkwafina e como ganso-patola, ela consegue mergulhar para conversar com os outros personagens da trama.

“Isso não deveria ser uma discussão. A Ariel é uma sereia! Você realmente acha que existe uma etnia correta para isso? As pessoas que criticam estão mentindo para si mesmas”, diz Menken sobre a grande mudança do remake, frisando que este ainda é o filme que muita gente ama.

Um desses fãs é Lin-Manuel Miranda, que se juntou ao compositor para criar as letras de três novas canções e adaptar algumas outras. Howard Ashman, letrista original que com Menken fez ainda as músicas de “A Bela e a Fera” e “Aladdin”, morreu durante a epidemia de Aids nos anos 1990.

“Howard é um dos meus heróis. Ninguém escreve uma linha de raciocínio para uma canção melhor do que ele. São coisas que nenhum programa de inteligência artificial conseguiria fazer, então boa parte do meu trabalho neste filme foi me sentir intimidado”, diz em tom de brincadeira Miranda, que ficou mais calmo por saber que tinha intimidade suficiente com os personagens para aceitar o desafio.

Fonte: DOL – ( https://dol.com.br )