Boletim de Ocorrências Paragominas


Por Murilo Herculano

19/11/2024 17:13

Mundo

Bebê de apenas 1 ano morre após ter o suporte de vida desligado por decisão judicial

Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu interromper o tratamento de um bebê de um ano, que estava no centro de uma disputa legal, resultando na morte da criança. Ayden Braqi sofria de uma “doença neuromuscular grave, progressiva e irreversível”, para a qual não há cura conhecida.

Os advogados do Great Ormond Street Hospital (GOSH) em Londres, onde ele recebia tratamento, argumentaram que os custos e dificuldades do tratamento superavam os benefícios limitados que ele poderia obter ao prolongar sua vida. Em contrapartida, sua mãe se opôs a essa proposta, afirmando que, apesar de sua condição, Ayden ainda conseguia sorrir.

A Suprema Corte decidiu que não era do interesse de Ayden continuar seu tratamento, resultando na interrupção de seu suporte vital na última quinta-feira (14). Ayden faleceu no hospital “cercado por sua família” logo após a remoção da ventilação mecânica que o mantinha vivo.

Em uma decisão proferida na quarta-feira e divulgada na sexta-feira, após a morte de Ayden, a juíza Morgan afirmou: “Considerei as opiniões de sua mãe sobre a continuidade do cuidado e seus desejos fortes a respeito desse pedido. No entanto, preciso avaliar objetivamente os melhores interesses de Ayden, tanto do seu ponto de vista quanto em uma perspectiva mais ampla sobre seu bem-estar.

”A criança foi internada no GOSH aos três meses e permaneceu lá pelo resto de sua vida. Durante uma audiência no mês passado, foi ouvido que Ayden estava “cognitivamente intacto” e podia “ver, ouvir, cheirar, sentir e aproveitar”.Neriman Braqi, mãe de Ayden, declarou em seu depoimento que frequentemente passava cerca de 16 horas por dia ao lado do filho. A juíza Morgan reconheceu que Neriman amava Ayden “com uma devoção difícil de expressar em palavras” e descreveu o caso como uma situação de “tristeza desesperada”. Ela também ressaltou que Neriman “lutou incansavelmente” por seu filho e que “não poderia ter feito mais por ele do que já fez”.

Um porta-voz do Great Ormond Street Hospital (GOSH) afirmou que a equipe sempre tem os melhores interesses das crianças em mente ao tomar decisões e que recorrer ao tribunal foi o “último recurso”, após esgotar “todas as outras opções”.