Boletim de Ocorrências Paragominas


Por Murilo Herculano

24/05/2023 15:27

Pará

Justiça absolve pai que matou abusador de filhas, no Pará

A Justiça absolveu na segunda-feira (22) o pai que matou o abusador das três filhas em Belém. O crime ocorreu no dia 11 de junho de 2020, no bairro Tenoné. Na ocasião, o pai desferiu diversos golpes de terçado no outro homem, que morreu no local. 

O defensor público Alex Mota Noronha propôs aos jurados a absolvição do réu por clemência, por ele ter agido diante de “todo o sofrimento que a vítima, ‘um abusador de crianças’ provocou nessa família”, como pontuado durante o julgamento.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), o homem, então companheiro da avó das meninas, foi condenado por estupro dois meses antes de ter sido morto. 

O tribunal relatou que duas das filhas do réu, de oito e 12 anos, já haviam sido violentadas pelo abusador. O homicídio ocorreu depois que o pai descobriu que o homem abusou sexualmente da mais nova das filhas, de seis anos. 

Após ouvirem testemunhas e o pai, o 4º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima, decidiu absolver o réu. 

Nas declarações, a unanimidade foi de que o réu é uma pessoa trabalhadora e nunca tinha se envolvido em crimes.

Sobre o abusador, os depoentes relataram que se tratava de uma pessoa tranquila quando não estava sob efeito de álcool e que chegou a ficar preso por agredir a companheira, que acabou mutilada, sem dedos de uma das mãos. 

Julgamento

Ao ser interrogado pelo juiz sobre a acusação de ter sido autor de vários golpes de facão contra a vítima, o réu fez apenas uma indagação: “Que pai não faria o mesmo?”. 

A promotoria, representada por Reginaldo César Alvares, explicou que a ocorrência se enquadrava no tipo penal de homicídio privilegiado, quando o agente age movido por forte emoção ou valor moral, e que a decisão final caberia aos jurados. 

O defensor Alex Mota ainda chamou a atenção para o fato de os familiares das crianças terem acionado as autoridades policiais após os abusos, mas elas não teriam ido ao local para efetuar a prisão do abusador. 

Questionadas sobre o caso, as corporações competentes ainda não responderam. O g1aguarda retorno.

g1